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Fala, Carta

 

Nathália Lima

 

Falar de maconha com jovens é fácil, mas e com o povo mais antigo e, deveras, conservador? Neste caso, o assunto é mais embaixo. Diga-se de passagem, o “chá” não é mais um mistério para ninguém, mas muito insistem em fazer dele algo mítico.

 

Diferentemente da visão conservadora dos mais velhos, tirando de lado aqueles que experimentaram a droga e gostaram ou tem mente aberta para entender que cada um deve escolher o que fazer com seu próprio corpo, existem muitos que lutam pela regulamentação de venda e consumo da erva. Algo que melhoraria, principalmente, a saúde de quem compactua com a prática. Afinal, nunca se sabe exatamente o que é consumido. Se é maconha, orégano ou cocô de vaca, só Deus sabe.

 

Esse artigo pretende analisar a opinião, intrínseca ou exibida, da revista Carta Capital em relação à maconha. Identificada e reconhecida como sendo uma das remanescentes no âmbito político de esquerda, é a favor de diversas causas que deixariam o papa e seus amiguinhos de cabelos em pé. Aborto, casamento gay, entre outros assuntos são causas defendidas pela linha editorial da revista. No entanto, não é por esse motivo que apenas os pontos positivos do uso são citados pelo periódico. Mesmo assim, entre uma crítica e outra, a maior parte dos textos não fala tão mal assim do baseado.

 

 Vamos ao que interessa...

 

O texto “A ousadia de Mujica”, de Cynara Menezes, publicado pela Carta em seu site, no primeiro dia deste ano, comenta as decisões um tanto quanto ousadas do presidente uruguaio e ex guerrilheiro José “Pepe” Mujica. Liberação do aborto (feito até os três primeiros meses de gestação) e o casamento homoafetivo foram algumas das decisões que fizeram o mundo se surpreender. Sem contar que a maconha, sendo legalizada no país, teve como foco “acabar com o tráfico da erva no Uruguai e reduzir a criminalidade”, declara Cynara, jornalista da Carta, no texto citado acima.

 

 Cumprindo com seus objetivos, a liberação da maconha no país reduziu a zero o número de mortos ligados à droga. Isso é o que afirmou o secretário nacional de drogas uruguaio Julio Heriberto Calzada ao site de notícias Uol.

 

O fato é que a Carta Capital entende que o bloqueio relacionado a qualquer assunto causa o que chamo de “pecado generalizado”. E, tendo isso em mente, analisa e vê o assunto como sendo resolvido apenas com a liberação e regulamentação da cannabis. Não se deve proibir, mas sim ensinar. O povo sofre e faz errado porque não é ensinado. Também não podemos esquecer que alguém deve estar ganhando com a não-liberação disso no país. Posso afirmar e reiterar que esse alguém não sou eu.

 

 Maconha na comida

 

Para dar um ar mais leve ao tema, outro texto da Carta, citando a maconha como um tempero essencial em alguns pratos famosos pelo mundo, reitera que a opinião deles é a favor da liberação. Até mesmo como parte das refeições alheias. O que devo ressaltar é que o periódico fala muitas vezes sobre a opção medicinal da droga. Ou seja, não mostra querer a maconha apenas como entorpecente livre ou, muito menos, faz apologia a drogas. Esse é um ponto positivo. O chá, como droga medicinal, é capaz de ajudar em várias questões. Um estudo feito pelo Instituto de Medicina nos Estados Unidos afirma que a maconha tem alto poder analgésico. Na américa, também são permitidos estudos feitos com maconha em crianças com epilepsia. As coisas estão caminhando para uma possível conscientização generalizada.

 

Pela Carta e por seus articulistas, a cannabis já estaria nas farmácias. Não porque o Brasil deve ser um país cheio de drogados ou para satisfazer a vontade de qualquer um, mas porque é o melhor. Se no Uruguai e no Colorado (EUA) está dando certo, por que aqui seria diferente? Conscientiza, ensina e libera! 

    
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