top of page

Super Maconha

 

Nathália Lima

 

Você deve pensar que não, mas a maconha pode estar dentro da sua casa. “Cannabis”, “marijuana”, “chá”, “verdinho”, “baseado”, “beque” e muitos outros são os apelidos desta droga que circula em grande escala por aí.

 

Com acesso fácil e baixo custo, a erva é um dos entorpecentes mais utilizados ao redor do mundo. Mas o que a mídia tem feito para parar (ou aumentar) o interesse das pessoas em relação à droga? Qual será o papel dos veículos de comunicação na legalização (ou não) da maconha?

 

Neste artigo, a vítima da vez será a revista Superinteressante. Com uma linha editorial mais liberal do que a Veja, por exemplo, é possível perceber um certo toque de carinho relacionado à legalização.  Não seria por menos, na verdade. Grande parte dos brasileiros é, tem um amigo ou já conversou com algum “maconheiro” (ou ervoafetivo, como eles mesmos preferem ser chamados). Quem não teve experiências relacionadas ao tema, ainda não nasceu.

 

Entre ataques e defesas, a Super mantém sua opinião respeitando o bom senso e os bons costumes ao falar o que pensa nas entrelinhas (ou não) de seus textos. Para contextualizar, a maconha já é legalizada em alguns países ao redor do globo. O Uruguai, por exemplo, tem liberação total para produzir e vender o que chamamos de “baseado”. É nesse âmbito capitalista (e também no de saúde) que vamos manter nossa análise.

 

Economia afetada para o bem

 

Alguns se assustarão com o que tenho para dizer agora: a legalização da maconha traria tremendo benefício financeiro para o Brasil e ainda seria mais fácil ficar "numa nice" de vez em quando. A preocupação maior seria com a saúde.

 

 Essa afirmação relacionada à economia não vem de meu "amplo" conhecimento de mundo, mas sim de dados específicos da China, uma das maiores produtoras de “chá” do planeta. Lá é cultivada quase a metade de toda maconha existente no mundo. Depois da liberação da droga no país oriental, a economia sofreu (no bom sentido da palavra) um "boom". Exatamente o que você leu. Além de fazer parte da luta do ser humano a favor do livre-arbítrio e da liberdade, a legalização da “marijuana” melhorou a economia do país.

 

Óbvio que isso ia acontecer. Primeiro porque o cultivo é alto, outra que o povo consome e, por esse motivo, gasta para pagar. O que mais poderia acontecer? Não duvido que esse mesmo resultado seja visto no Brasil se, por um milagre, a maconha for legalizada. O tráfico seria desestabilizado. Todo dinheiro passaria das mãos dos traficantes para os cofres públicos, pois o produto seria vendido por empresas ligadas às organizações governamentais.

 

Efeitos na saúde

 

A Super deixa clara sua opinião em relação aos benefícios e malefícios da maconha. Baseados em uma pesquisa feita nos EUA sobre as consequências do uso do “verdinho”, o jornalista Flávio Dieguez da Super escreveu o texto “Por trás da cortina de fumaça”. Não é um artigo que defende a legalização do entorpecente, mas algo que avisa e deixa claro o que pode acontecer se o uso da maconha extrapolar os limites do corpo.

 

Alguns dos problemas que a droga pode causar são: dependência (se o uso for diário e excessivo), câncer em fetos cujas mães fumam demasiadamente, problema nos pulmões, perda da capacidade de memorizar com facilidade, entre outros. E os problemas que o “chá” ajuda a resolver são: náuseas em caso de tratamentos para o câncer, diminuição de dores de cabeça, glaucomas, etc.

 

A Super, em outro texto denominado “A verdade sobre a maconha”, de Denis Russo Burgierman e Alceu Nunes, declara que a maconha, se usada de maneira equilibrada, não faz mal à saúde. Isso fortalece minha opinião de que a própria revista defenderia a legalização se o povo tivesse equilíbrio e prezasse por sua saúde.

 

Outras mídias deixam claras suas opiniões. É o caso da revista Caros Amigos - a primeira à esquerda, que defende a causa de LGBTs, é de esquerda (politicamente falando) e luta pela legalização da maconha.

 

Na Super não é possível identificar jornalistas gritando "nós somos contra a legalização" muito menos "nós somos a favor". A opinião dada é mais branda, menos escandalosa. É algo entendível apenas nas entrelinhas. Um carinho de longe, meio que platônico. Dessa maneira, a revista assume um papel de "centro-esquerda emaconhada". É algo que eu denominaria como sendo o "anjo da guarda" da legalização. Não está no papel de defender, nem julgar. Mas se for para dar o voto de desempate, votaria a favor do "chá livre". 

bottom of page