top of page

Não é só sobre maconha

 

Falar de legalização não é tratar apenas do ato de fumar um baseado, contudo, ninguém tem idéia de onde o “descriminaliza” pode conduzir

 

Anne Seixas

 

Esteve na mídia nos últimos tempos a polêmica legalização da maconha. Esta edição do Canal da Imprensa discute exatamente os prós e contras dessa mudança na lei que parece, então, inevitável.

 

Nosso “hermano” Uruguai já puxou a fila sul americana e legalizou por lá. Mesmo depois de uma declaração polêmica sobre os vícios, ganhou popularidade e o título de país do ano pela The Economist. A revista Vida e Saúde, publicada pela Casa Publicadora Brasileira, trouxe logo na capa esse tema. Voltada para assuntos naturais, de alimentação, vida saudável e bem estar, a linha editorial segue os preceitos da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mantenedora da editora, logo, da Revista.

  

A matéria foi veementemente contra a legalização. Sob argumentos convincentes que falam desde os danos cerebrais até os riscos para a saúde pública e outras criminalizações. O texto ainda alerta para a possível multiplicação de usuários que, até então, temiam o peso da lei. Com a permissão para a compra, fica liberada a “matança” de curiosidade, sendo impossível medir os efeitos disso a longo prazo.

 

Voltando aos termos de saúde, estudos variados comprovam os danos cerebrais e o risco de surtos psicóticos em pessoas vulneráveis. Segundo os especialistas consultados, aqueles que já têm tendência às doenças mentais, estão sujeitos a crises em maiores proporções e frequência.

 

Tudo isso sem falar nas perdas dos níveis de concentração, tendências depressivas e a abertura para o consumo de outras drogas. O texto cita ainda o caminho do vício. Dificilmente o usuário de drogas “pesadas” começa com elas. A maconha, álcool e o cigarro são as portas para os outros vícios.

 

Estar sob o efeito destes, para quem se vicia, acaba não sendo suficiente, logo, parte-se para as substâncias mais pesadas. Voltamos então às questões de saúde pública e criminalidade. É por conta das tais brechas que essa legalização pode ter um resultado devastador.

 

Sobre o uso medicinal, especialistas apontam que, caso o efeito fosse de fato indispensável no tratamento de algumas doenças, pesquisas já teriam sido feitas e transformadas em comprimidos. A não ser por casos específicos, é difícil crer que a cannabis seja tão insubstituível.

 

 A publicação tem, de fato, um cunho conservador e pode irritar muitos partidários da erva, contudo, o embasamento profundo e a fala de especialistas deve ser levada em consideração. Em meio a discussões tão acaloradas, é válido que tanto conservadores, quanto liberais, abram a mente para ouvir o que ambos têm a dizer.

 

Com o assunto em voga, essa é uma grande oportunidade para ouvir, ler e abstrair bons argumentos. Sejam eles a favor da maconha ou contra, é imprescindível levar em consideração os efeitos desconhecidos de uma medida que afeta diretamente milhões de famílias que lutam pela libertação do vício em drogas. Se o problema fosse só a cannabis, tudo estaria resolvido.

 

bottom of page