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Conflito visto (e escondido) de perto

 

As divergentes opiniões de um veículo de comunicação que, deveras, se deixa levar por interesses ainda não conhecidos explicitamente. Será este o verdadeiro propósito do jornalismo?

 

Nathália Lima

 

Tiros. Bombas. Guerras e rumores de guerras. É assim que encontra-se a Faixa de Gaza. Neste confronto bíblico que se intensificou em julho deste ano, a previsão de resolver os problemas é mínima, quase nula.

 

A guerra entre palestinos e israelenses começou bem antes de pensarmos em existir. As desavenças começaram na era bíblica. No entanto, excluindo as crenças e as histórias religiosas, há algo que incomoda até hoje: a falta de entendimento entre os povos que não conseguem resolver seus próprios problemas de maneira pacífica.

 

A mídia, por interesse financeiro (ou não), mostra, quase que explicitamente, sua opinião a respeito do conflito. Alguns apóiam o lado israelense. Outros acreditam que os palestinos são o povo escolhido para “herdar a terra”.

 

Nesse fogo-cruzado de bomba vai - bomba vem, qual será a atuação midiática? Será que eles teriam poder suficiente para parar o conflito? Defender lados e, talvez, esconder a realidade é algo justo?

 

Al-Jazira e suas dicotomias

 

O veículo a ser analisado neste artigo está longe de nós, mas perto do conflito. A Al-Jazira é uma rede de televisão e também de informações online. Formada por jornalistas, em sua maioria, árabes, era, nitidamente, pró-palestina no início dos conflitos. Um dos conteúdos disponíveis no site do veículo é o documentário “Gaza: Left in the dark” (em português, “Gaza: abandonada no escuro”). Esse material mostrava a guerra entre israelenses e palestinos de maneira tendenciosa e opinativa. Deixava clara a fraqueza iminente do povo palestino e seus direitos como “donos” das terras que motivaram as desavenças entre eles.

 

Outro vídeo de uma criança falando sobre “como é viver em meio à guerra” mostrava a opinião intrínseca na linha editorial da Al-Jazira. Estavam certos, a meu ver, de que os palestinos tinham razão.

 

No entanto, acompanhando o que tem sido postado pelo meio de comunicação nessas últimas duas semanas é possível perceber uma mudança de opinião. Aqueles que criticavam os ataques israelenses e falavam com compaixão sobre os palestinos usados como “escudo no fronte de batalha”, começaram a apoiar o outro lado da história. Isso também aconteceu em outros veículos de comunicação que mudaram de ideia no meio do caminho.

 

No texto “Tel Aviv protesters condemn Gaza ceasefire” (em português, Protestantes de Tel Aviv condenam cessar-fogo de Gaza) é possível perceber um elevado grau de opinião contrária. A reportagem mostra israelenses “pacíficos” reclamando das “promessas” de cessar-fogo que não foram cumpridas pelo povo do “lado de lá”.

 

Existe solução?

 

A pergunta feita no início do texto continua sem resposta. Gostaria muito de ter algo concreto e aprofundado para explicar e motivar a opinião da Al-Jazira em relação aos conflitos. Seria interessante mostrar o que realmente acontece e fazer com que você, caro leitor, entendesse os motivos de determinados jornalistas a respeito do assunto. Mas não foi isso que consegui concluir. Na verdade, as dúvidas aumentaram. Por isso, pergunto: até que ponto os meio de comunicação se beneficiam com a linha editorial? O que a Al-Jazira está ganhando com a mudança constante de opinião?

 

Talvez a solução para tudo isso seja uma utópica conscientização generalizada de que a notícia e o jornalismo devem ser feitos sem opinião e mostrando a verdade, somente a verdade. Sobre os conflitos em Gaza, o conhecimento das pessoas em relação aos reais motivos do conflito faria com que a opinião fosse formada pelo povo, não pelos meios. Afinal, o que é chamado de “meio” de comunicação, não pode bradar o “fim” da opinião alheia. A visão gerada por conhecimento genuíno pode transformar uma massa “ignorante” e egoísta em uma população entendedora e potente, podendo, assim, fazer algo para ajudar a terminar logo este conflito insano.

 

No entanto, não existe guerra sem interesse. O deles é baseado em terras e conquistas, doa a quem doer. O “nosso”, no famoso “faz-me rir”.

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