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O perigo não mora ao lado

 

Luiz Gustavo dos Santos

 

Os conflitos no Oriente Médio não são novidade para a maioria de nós. Nos tempos remotos de Abraão a conhecida como “terra prometida” bíblica, hoje é apresentada na mídia de maneira pavorosa e extremamente fria. De fato é. Mas os modos tendenciosos de como os fatos são colocados para uma massa desprovida de conhecimento histórico demonstram quão rasos e superficiais são os meios que nos "informam".

 

Com o Líbano ao norte e a Síria a nordeste, em 1948 o Estado de Israel foi bombardeado um dia após sua fundação. Fato este que desencadeou várias problemáticas. Dentre elas, a dos refugiados, somando hoje mais de 17 mil na Faixa de Gaza. Povo desolado, perdido, carente, desorientado e aos montes, como as imagens divulgadas nas redes por aí a fora. Fora mesmo de contexto! Que colocam Israel como o povo vilão, sem compaixão. E a Palestina? “Ah, coitada”, como dizem, “sendo sempre oprimida”. No entanto, se os árabes aceitassem o plano de partilha, Resolução 181, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), a situação lamentável que o povo se encontra seria uma realidade diferente e menos sangrenta.

 

No início de julho deste ano, após três jovens israelenses terem sido sequestrados e mortos pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas - considerado também como organização terrorista da Palestina), desencadeou-se uma “nova” fase de conflitos. Sendo assim, o país, governado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu, não teve escolha a não ser a reciprocidade nos ataques. E novamente o cessar-fogo humanitário proposto pela ONU foi rompido.

 

Há quem diga que o cessar-fogo interpretado por nós da imprensa ocidental como uma atitude que antecede a paz, é, na verdade, a Hudna - trégua estratégica com a função de reerguer o exército que retorna ainda mais forte para o conflito seguinte. Se analisarmos que Israel sempre respeitou os acordos de paz, entendemos então que a Palestina sempre utilizou as circunstâncias a seu favor. Porém, este termo foi utilizado por Maomé e é interpretado por palestinos como algo mítico, ofuscando ainda para a visão desse povo. 

 

Mais do que muros, israelenses buscam uma fronteira respeitada, como prevê a Resolução 242, do Conselho de Segurança Geral da ONU. Algo que não vem acontecendo nesses últimos dias. Palestinos armados até os dentes se escondem em hospitais, escolas e mesquitas. Os principais alvos são civis e soldados israelenses. A covardia palestina é tamanha que seus ataques são efetuados de locais onde civis podem ser usados facilmente como escudos. Mais pavoroso ainda é saber que o ódio é cultivado no coração das crianças palestinas, ensinadas desde cedo que a morte pode ser o seu maior triunfo.

A capacidade superior de Israel no fronte de guerra é factual. Os palestinos são massacrados sim. É desproporcional. Desproporção essa que garante a sobrevivência do povo israelense. Mas, se por outro lado a Palestina fosse detentora de todo o poder, tecnologia e apoio político? Lembram-se do “campo da paz” nos anos 90, onde milhares de israelenses nas praças de Israel deram apoio aos primeiros acordos de paz com os palestinos? Mais tarde, os atentados suicidas palestinos deram início à caminhada rumo à desilusão.

 

O Hamas, no lugar de Israel, não agiria igualmente. Pois, mesmo sendo inferior, não dá o braço a torcer. Mantém os ataques e usa o povo como proteção e escudo. Isso sem ao menos permitir que ações humanitárias cheguem até sua própria população. Baseado nisso tudo, onde realmente mora o perigo?

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