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Cabeças Duras

 

Ruben Holdorf*

 

Cada vez que leio, assisto ou ouço alguma explicação a respeito dos conflitos entre israelenses e palestinos, pergunto-me de que galáxia vem esses pretensos intelectuais que poluem a mídia e qual foi a base formativa de seu conhecimento geopolítico. Longe de mim achar que tenho superioridade cognitiva sobre os palpiteiros de plantão. Dentre o emaranhado de respostas que nos chegam para a justificativa dos embates, destacam-se: a necessidade de eliminação do Estado de Israel da região; em decorrência de sua origem étnica, os palestinos não são parte dos povos semitas, portanto devem ser expulsos ou liquidados; é um direito dos palestinos retomar suas terras e estabelecerem uma nação independente e reconhecida; trata-se de uma vingança dos judeus contra aqueles que apoiaram os nazistas na Segunda Guerra; é uma guerra que ultrapassa as fronteiras da Palestina e amarga o ódio do islamismo contra o judaísmo; os palestinos são o primo pobre do islã, daí receberem armas ao invés de auxílio financeiro, logístico e humanitário dos primos ricos árabes e islamizados; lutam por água; o centro de tudo se encontra em uma batalha ideológico-religiosa-messiânica, envolvendo a comunidade judaica internacional e a direita protestante republicana norte-americana, a maior interessada na manutenção da chamada “terra santa” sob a tutela de Israel.

 

 Todos os polos argumentativos apresentam verdades, mitos, exageros e mentiras absurdas. Até hoje eu não consegui compreender claramente por que muitos sacrificam as finanças para peregrinar à Palestina, arriscando sua vida e de familiares ou amigos. Se forem motivos religiosos, então a Palestina se tornou um nicho idolátrico, um grande templo a céu aberto capaz de oportunizar as sensações mais incríveis construídas no imaginário dos investidores da contemporânea prostituição-cultual, na qual o consumo e o lucro são as vias para se alcançar o êxtase. Se forem razões políticas, não vale a pena se aliar com essa gente. É fria, é encrenca na certa. Melhor permanecer por aqui com a Argentina. Por que eles não podem viver tal qual os eslovenos, os tchecos, os eslovacos ou os costa-riquenhos? Por que brigam por cascalho?

 

 Se eu fosse um influente governante australiano, ofereceria os 90% de deserto aos israelenses. Em menos de cinquenta anos, a Austrália se tornaria uma das cinco potências econômicas do planeta. Que larguem aquele pardieiro para os palestinos. O Hamas vai atravessar o planeta e incomodá-los na Oceania. É para isso que servem aqueles estúpidos trogloditas. Se tivessem juízo, os palestinos do “bem” já teriam colocado um ponto final na história do terrorismo jihadista. E se os israelenses sabras do “bem” também tivessem um pingo de sanidade, já teriam retirado do poder essa gentalha do Likud e os representantes dos ultraortodoxos. Falta-lhes uma severa advertência diplomática. Não dessa diplomacia chinfrim dos petistas, mas da comunidade internacional, cansada, de saco cheio dessa porcaria empestando o noticiário internacional.

 

*Ruben Holdorf é doutor em Comunicação e Semiótica e coordenador do curso de Jornalismo do Unasp.

  
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