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Combate-se norte-americanização com latino-americanização

 

Nathália Lima

 

Abrir a seção internacional de jornais e revistas sempre traz, de cara, dois pensamentos: os norte-americanos são “os reis da cocada preta” e a América Latina, a plebe.

 

Marginalizados pela falta de informação e cobertura das grandes mídias, países da América Latina perdem espaço no coração dos brasileiros. O que mais se vê nos veículos de comunicação em relação aos vizinhos do Brasil são críticas, problemas políticos e, na maior parte dos casos, assuntos “obrigatórios” (como eleições e morte de famosos). Pensando neste contexto,analisaremos neste artigo o trabalho árduo da Carta Capital para que esta realidade mude na mídia brasileira.

 

É possível sim

 

Desde pequenos, somos ensinados que os americanos são mais legis do que nós. As marcas de roupa, os filmes, as séries, os programas de humor. Se não iguais, todos têm muitas partes parecidas e/ou que combinam em vários aspectos com os americans. Gap, Hollister, Victoria’sSecret e outras tantas marcas famosas no Brasil vêm de lá. Além das coisas, conceitos de vida e exemplos de cultura também são provenientes desta potência mundial.

 

Não é problema que a cultura de um país tenha influência de muitos outros lugares. O problema acontece quando se está rodeado de uma diversidade absurda de culturas e, por causa de um trabalho de colonizadores que dura desde o “descobrimento” do país, banaliza-se o que está por perto e supervaloriza-se o que é e longe.

 

Buscando ajudar o povo brasileiro a entender um pouco mais sobre os países vizinhos, a Carta chama, mais do que seus concorrentes, a atenção para os latinos. Para facilitar a vida do leitor fez um blog específico sobre o assunto. O Rede LatinAmérica é recheado por textos opinativos que contam um pouco do que acontece em derredor. Ainda por cima, põe pontos de vista para esclarecer e facilitar a vida do leitor leigo e americanizado.

 

Essa iniciativa diferencia a Carta de muitos outros veículos de comunicação que não estão “nem aí” para a América Latina.

 

Mas, como nem tudo são flores, existem algumas falhas do periódico aqui analizado. A Carta esquece de falar sobre alguns países. Paraguai, Uruguai, Cuba, entre outros não têm nem sequer direito a menções honrosas nos textos online do periódico. Parece que, quando o assunto é América Latina, eles têm medo e abrir a boca e não agradar “os caras lá de cima”. Não sei se é real, mas observando o que está escrito (e contra fatos não existem argumentos) é o que parece.

 

“O brasileiro adora imitar o povo americano”, dizia meu pai. “As roupas de lá são muito mais baratas. Ótimas de revender”, ressaltava minha mãe. Tantas afirmativas provenientes de lá, mas que podiam sair daqui também. Tanta cultura perdida, mal ensinada. Culpa de quem? Das estrelas não é! Culpa do brasileiro mesmo. Daqueles que estão cegos para o que está em volta, mas totalmente acessíveis para o que vem de longe e com sotaque puxado.

 

Armazenar bagagens culturais diversas é dever do ser humano. A visão de mundo melhora, as opiniões se concretizam, a vida se torna mais clara perante a realidade. Não saber o que acontece, ou melhor, não noticiar o que acontece por aí é pecado, e dos piores. Negar conhecimento é crime (ou, pelo menos, deveria ser). Quem pode fazer com que isso melhor? A mídia. Famosa mídia. Poderosa mídia. Injusta mídia. E quem deve reivindicar essa mudança? Você! “Depende de nós” para que os veículos tenham justiça. O que a Carta faz é promover conhecimento sobre boa parte do que o brasileiro deve saber. Dar continuidade a esta causa pode trazer bons frutos para um país tão cheio de opiniões errôneas sobre seus primos-irmãos latinos.

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