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O olhar da Carta Capital

 

Sem omissões e mostrando a realidade dos fatos. Foi assim que a Carta

Capital tratou a Operação Lava–Jato 

 

Aline Oliveira

 

Um assunto que ocupa parte de nossas conversas atualmente é a Operação Lava-Jato. Essa operação é responsável pela investigação do esquema de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa Petrobras, alguns políticos e empreiteiras do Brasil. Entre os meses de fevereiro e março analisei a cobertura feita pela Carta Capital em seu site. Em suas reportagens, o tema não foi amenizado e nem deixado de lado. Apesar do veículo possuir uma linha editorial de esquerda, isso não afetou o modo com que a cobertura da situação foi feita.

 

A Operação Lava-Jato foi abordada com a devida importância, logo os fatos não foram negligenciados. Quando os nomes da lista de Rodrigo Janot - Procurador-geral da República - foram divulgados, a Carta fez uma boa cobertura. Na reportagem intitulada A lista de Janot empurra a crise política para o Parlamento, foi dada mais ênfase ao PMDB. "Encabeçam o grupo de parlamentares a serem investigados com os dois mais influentes peemedebistas do momento: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)". Os políticos dos outros partidos (PT, PP, PTB, PSDB e outros do PMDB) nem tiveram seus nomes mencionados. O foco era os grandes peemedebistas.

 

A Carta Capital não deixou de lado o PT. A revista não encobriu a corrupção que está presente no partido e não disfarçou ou negou a parcela de culpa petista. Não generalizou que todos do partido são corruptos, mas apresentou para os leitores os suspeitos de envolvimento na Lava-Jato, como foi o caso do ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato de Souza Duque. "Para a Polícia Federal, Duque movimentou 20 milhões de euros (cerca de 68 milhões de reais) de contas na Suíça para contas no principado de Mônaco. Renato Duque foi indicado para o cargo pela cota do PT e é suspeito de ser o principal homem do partido no esquema de corrupção da Petrobras". Em uma outra reportagem sobre Duque, a CC afirma em seu título que "Renato Duque movimentou 70 milhões de reais no exterior, diz Ministério Público Federal". No decorrer da matéria é mencionado que ele foi indicado por José Dirceu, do PT.

 

O atual governo recebeu críticas da revista. Em alguns momentos foi amenizada, mas não deixou de ser pautada em suas reportagens, como em Tesoureiro do PT e outros 26 viram réus na Lava-Jato que aborda o fato do PT ter recebido propina em doações eleitorais. "Para os procuradores, João Vaccari Neto participou de reuniões com Renato Duque, nas quais eram acertados os valores que seriam transferidos ao PT por meio de doações legais. Segundo o MPF, foram feitas 24 doações de R$ 4,26 milhões [...] há prova documental do repasse de parte da propina em doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores, o que teria sido feito por solicitação de Duque e de Vaccari”. A semanária também mostrou como os advogados dos réus têm tentado interromper as investigações da operação. “A falta de sucesso na tentativa de melar a Lava-Jato até o momento não significa ausência de empenho dos acusados e das caras bancas criminalistas que os defendem”, expõe a revista.

 

Através do olhar da Carta Capital, a Operação Lava-Jato foi explicada e bem apurada. Contudo a mídia é seletiva em geral. Como diz o ex-presidente Lula, “nem tudo que é falado é mentira, mas nem tudo é verdade”. O leitor deve ter a capacidade de analisar a veracidade de um fato e isso é possível através da leitura de variadas mídias. O ponto de equilíbrio é sempre o ideal. Desconfie dos argumentos da oposição e assuma a mesma postura com relação aos da situação. 

 

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