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Estadão expõe bomba e seus fragmentos

 

Jefferson Braun

 

A situação política e econômica que o Brasil vive não é das melhores. Grandes empresas e políticos, que até então eram acobertados pelo sistema, foram um a um sendo denunciados. E tudo isso com envolvimento massivo da mídia. Dessa forma, mesmo em meio a um caos implantado no país, os veículos midiáticos não pouparam esforços para garantir a investigação e a apuração dos fatos.

 

Os últimos acontecimentos mostram um governo federal desgastado e sem capacidade de reação diante dos péssimos resultados econômicos e políticos provindos do escândalo da Lava-Jato. Escândalo este que aponta perigosamente para o financiamento da campanha da presidente Dilma e pode incriminar parlamentares da base aliada do Partido dos Trabalhadores (PT).

 

Após a operação Lava-Jato, o governo implantou o programa econômico do capital financeiro, o qual aumentou drasticamente os juros, os impostos e os preços. Gastos sociais do seguro- desemprego e das pensões dos trabalhadores foram cortados também. E, além disso, houve a discussão da privatização parcial da Caixa Econômica Federal. Mas, apesar da tentativa de agradar o mercado financeiro, não foi possível neutralizar a virulenta campanha da mídia opositora.

 

O jornal O Estado de São Paulo teve uma cobertura bastante firme com relação aos acusados de corrupção no esquema da Lava- Jato. Foi dada uma atenção especial ao PT e PMDB que parecem ser o “poço das pragas”. As demais legendas não receberam muitos holofotes, pois são representações minoritárias no esquema da Lava-Jato. Contudo alguns políticos destes partidos foram citados e relacionados à crise da corrupção nacional.

 

O Estado de São Paulo conseguiu expor de forma coerente a cronologia de como a bomba explodiu e de como os seus fragmentos foram espalhados. O papel que o Estadão desenvolveu foi o de revelar os envolvidos do escândalo à sociedade. Mas, infelizmente, deixaram de citar fatos importantes, como o da prisão de Renato Duque que provocou calafrios entre os auxiliares da presidente Dilma e os dirigentes do PT.

 

O jornal relatou que será impossível camuflar as ligações entre o diretor da Petrobras e o tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Além de transcrever trechos de depoimentos em suas reportagens, o Estadão aplicou outro recurso na cobertura da Lava-Jato. Áudios das conversas entre o diretor e o tesoureiro foram colocados no site do jornal, o que constatou o envolvimento de ambos no esquema de corrupção da Petrobras.

 

Podemos verificar a cobertura gradativa do veículo na cobertura da Lava-Jato. O ponto de vista do Estadão é perceptível em trechos da cobertura do esquema, entretanto o jornal procurou ser um bom prestador de serviços. A novela entre a Petrobras e o governo PT ainda se estenderá por algum tempo. Porém seguimos acreditando que os fatos serão esclarecidos da maneira correta. 

    
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