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“… o mesmo de sempre Pink: tentar dominar o mundo”

 

Mais um “11 de Setembro” e não consigo me furtar de pensamentos conspiratórios sobre o assunto. Não que eu faça parte deste grupo que acha que tudo é complô do governo,  que somos espiados por alienígenas, ou que Michael Jackson e Elvis ainda estão vivos. Longe de mim acreditar que Kennedy foi morto porque desafiou a Nova Ordem Mundial. O que se passa é simples: eu, como todos nós, resisto em aceitar que estamos sujeitos a comportamentos tão desumanos, inexplicáveis, incompreensíveis, incontroláveis e inevitáveis, como os que marcaram para sempre a história dos EUA naquele 11 de setembro. Resisto aceitar a ideia de que somos tão frágeis e tão pouco donos de nosso destino e história.

 

Para mim, este sentimento, essa natural resistência, é o que provoca em nós uma ânsia de encontrar explicações sobrenaturais ou terrivelmente lógicas para causas que nos chocam e fortalecem em nós a sensação de impotência frente à existência. Conspirar é uma resposta psicológica a uma terrível incapacidade de resposta/reação a algo. Ao mesmo tempo, revela muito sobre a humanidade. Revela nossa inerente capacidade de sobrevivência e adaptação. Não queremos nos vitimar, queremos encontrar razões e respostas.

 

Sempre que leio ou entro em contato por outros meios com as inúmeras e (por vezes) divertidíssimas teorias da conspiração que circulam pelo mundo afora, percebo que a mídia tem importante papel na disseminação ou extermínio/descrédito de tais “movimentos”. Como fiscais da verdade que somos, a maneira como abordamos o assunto pode levar a um descrédito total ou a uma completa aceitação de “verdades” que muitas vezes não passam de suposições. Esta edição do Canal da Imprensa vai tratar um pouco sobre isto. O papel da mídia na disseminação de teorias conspiratórias.

 

Acho próprio, nesta data emblemática que é o “11 de Setembro”. Afinal, teorias conspiratórias sobre o tema circulam (largamente) por todo o mundo ainda, mesmo após 13 anos de guerra ao terror. Supostas evidências científicas surgem, vez por outra, com o intuito de comprovar que a tragédia não foi o que pareceu. Fica a dúvida: fomos enganados? E se fomos, o que fazer? Em que acreditar? O que defender? Como manter a fé na humanidade e continuar? Perguntas que nos põe em contato com questões muito mais profundas que o pensamento de que o governo norte-americano atentou contra o próprio povo. Nos levam a refletir sobre a efemeridade de nossas vidas, de nossos planos, de nossas ambições, de nossa suposta autossuficiência e propriedade.

 

Quando nossa visão, nosso conhecimento, nossas concepções e verdades sobre algo são questionadas, quando perdemos o controle de nosso “mundinho” cultivado, que atitude é a correta a se tomar? Nesta hora sempre penso em Pink e Cérebro. A gente levanta para um novo dia, sacode a poeira e pergunta: O que vamos fazer hoje?

 

 

Andréia Moura

Editora-chefe do Canal da Imprensa

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