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Conspirações na realeza

 

Daniela Fernandes

 

A princesa Diana, conhecida como Lady Di, morreu em agosto de 1997. A morte foi resultado de um acidente de carro em um túnel na cidade de Paris, França. O motorista que tentava fugir de um paparazzi perdeu o controle do veículo e bateu em um pilar. A tragédia trouxe sofrimento para o povo inglês. Mas após 14 anos, esse fato histórico ganhou proporções teóricas e caráter conspiracionista, deixando de lado o sentimento de dor e comoção inicial. 

 

Em 2011, foi lançado o documentário "Unlawful Killing” que desmentia a versão do acidente. O curta-metragem desmente que tudo o que acontecera era, na realidade, uma conspiração dos serviços secretos britânicos, da família real e do então primeiro-ministro, Tony Blair. Além do documentário, o tabloide britânico “Daily Express” também alimentou a trama. Tudo indicava, segundo essa parte da mídia, que Lady Di vinha sendo monitorada pelo Serviço Secreto de Inteligência Britânica meses antes do incidente. 

 

Diana se casou com o príncipe Charles em 1981, porém em 1992 o relacionamento do casal se desgastou. No ano de 1996, devido aos indícios de que ambos sustentavam casos fora do casamento, a melhor solução encontrada foi o divórcio oficial. O príncipe casou-se novamente e a princesa manteve um namoro com o empresário Dodi Al-Fayed que também morreu na batida de carro.

 

O principal motivo do assassinato girava em torno da gravidez de Lady Di. Especulava-se que ela estava grávida de Dodi e, assim, o crime poderia ser “justificado” para a sociedade. A “BBC” negou qualquer tipo de conspiração e o jornal “The Times”, que cobriu o exame póstumo do corpo da princesa, relatou, em seu noticiário, que ela não esperava uma criança.

 

Entretanto, a intervenção midiática não acabava por aqui. Mais tarde, a “rede de televisão americana CBS” transmitiu imagens da tragédia. Diana aparecia sem ferimentos, não havia sangue no local, o carro não estava amassado, enfim, a divulgação dessas imagens remetia à confirmação da teoria.

 

Em outubro de 2003, o “Daily Mirror” superou o sensacionalismo. O tabloide publicou uma carta de Lady Di. Nela, a princesa escreveu sobre um possível plano para matá-la. O documento descrevia “um acidente em seu carro, falha nos freios e sérios ferimentos na cabeça”: tudo para deixar o caminho limpo para Charles se casar.

 

Ao longo da história, grandes meios de comunicação já provaram que simpatizam com teorias da conspiração. Isso evidencia a mudança de função social da mídia. O que deveria ser investigação e divulgação de informações virou especulação e controle social. Hoje, para se considerar uma pessoa informada é preciso buscar outras fontes e outros tipos de confirmações, como livros e fontes diretas ao acontecimento. Não se pode confiar totalmente em algo tão superficial.

 

A teoria do 11 de setembro, do homem na lua e inúmeros outros casos como a morte da princesa Diana permeiam os jornais do mundo. A consequência mais desastrosa das teorias é a associação delas a críticos de mídia. Esse tipo de ligação desqualifica o trabalho de crítica midiática. Contudo é sabido que tal elo é impossível, já que a teoria é carregada de parcialidade e a proposta dos críticos é de evidenciar o conflito entre vozes de um mesmo discurso, gerando, desse maneira, qualidade jornalística e educação para a sociedade.

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