Afinal, o que é real?
Nathália Lima
Em um mundo cheio de super-heróis mesclados com seres humanos normais, o mais óbvio seria a paz. Onde existem pessoas que possam fazer o papel contra o oportunismo barato e os crimes organizados, medo deveria ser mito. No entanto, o filme Watchmen (2009), publicado primeiramente como série de livros em quadrinhos, mostra outro lado dessa situação fictícia. Um lado mais real do que se imagina.
Nas décadas de 1960/70, vilões e mocinhos, heróis e civis se relacionavam pacificamente em um meio comum. Uma nova era de “bênçãos” acontecia e milhares eram salvos pelos bons feitos destes que pregavam e promoviam ordem. No entanto, com o passar dos anos e, notando-se uma certa arrogância em muitos destes algozes da paz, o governo resolveu acabar com a “palhaçada” de super-heróis para salvar o planeta. Estes foram aposentados, presos e/ou incluídos como cidadãos comuns na sociedade.
Entretanto, a morte de um destes super-heróis aposentados, o Comediante, levantou uma investigação suspeita sobre o que estaria acontecendo com o mundo (através de seus “organizadores”) por debaixo dos panos. Um dos últimos mascarados, Rorschach, questionou o que estava acontecendo, prevendo que alguém quisesse pôr um fim no que sobrara dos antigos super-heróis. O fato é que, no fim da história, tudo aconteceu por um motivo comum: a ordem.
Conivente com a ideia maquiavélica de que “os fins justificam os meios”, Ozymandias, o vilão da trama, utiliza de bombas nucleares para “salvar” o planeta. Buscando promover uma união mundial, quando a realidade é de uma guerra iminente entre União Soviética e Estados Unidos, sacrifica “milhares para salvar milhões”, pondo a culpa no Dr. Manhattan (um físico que sofreu mutações por causa de um acidente nuclear atemporal).
A teoria conspiratória do filme acontece no momento que algo ruim é feito visando a paz. Utilizando assim do que o próprio Maquiavel pregava em seus mais “sábios” discursos de que o que se faz de mal deve ser relevado quando o propósito é o bem comum.
Não é só em filmes que podemos ver este tipo de conspiração acontecendo. O 11 de setembro, a seita Illuminati, a morte de Michael Jackson. Apenas exemplos de assuntos que não foram esmiuçados, muito menos concluídos e levados a público.
O atentado às torres gêmeas e ao pentágono, por exemplo, é um “fato” que já deu muito “pano pra manga” de estudiosos e leigos. Todo mundo sabe (e viu) que as torres despencaram. No entanto, ninguém consegue afirmar se foi algo programado pelo próprio governo estadunidense ou se realmente foram os árabes que explodiram os aviões contra um dos símbolos da América do Norte. Há quem diga até mesmo que os próprios prédios já haviam sido equipados com bombas em seus alicerces.
Real ou não, só se podem arriscar palpites. Saber, de fato, de quem foi a culpa é quase impossível na vida real. Só se pode entender motivos, respeitar propostas e concordar com medidas se há conhecimento prévio. No entanto, já que no mundo fora das telinhas nunca sabemos ao certo, resta a nós a liberdade de assistirmos, criticarmos e imaginarmos se há algo real no que, para nós, é fictício. Ou será que não?