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Não passarão!

 

Com um histórico de parcialidade, fica difícil acreditar na imparcialidade da Rede Globo novamente. Se quiser apoiar candidaturas, vai ter que ser mais discreta. E se quiser credibilidade real, vai ter que correr atrás. Mentirosxs não passarão!

 

Emanoel Junior

 

Há quem diga que não se deve discutir com mulher. Na do vamos ver, elas jogam na cara todos os erros de nossos passados. Bom, não sou mulher nem concordo com o desenterro de falhas anteriores, mas esse caso é diferente. O histórico da Tia Globo é claro e compromete a análise de uma cobertura eleitoral em 2014.

 

 Em 1989, o país comprou a ideia vendida pela família Marinho (que está entre as 5 mil famílias mais ricas do país). As Organizações Globo sempre foram suspeitas de acariciar campanhas colocadas mais à direita no espectro ideológico. No ano citado, as eleições estavam no segundo turno, disputadas entre Fernando Collor (PRN) e Lula (PT) e as suspeitas se confirmaram. O presidenciável petista caminhava para uma vitória, mas o debate na telinha mudou os rumos da corrida presidencial. Anos depois, Boni, um dos diretores da Globo, confessou em entrevista que a emissora preparou Collor para se sair melhor naquele debate, uma vez que a popularidade de Lula crescia exponencialmente. Com pastas vazias e até um suor fake, Collor venceu as eleições.

 

 25 anos depois, depois de 12 anos do adversário PT no poder, a emissora se encontra em um ponto interessante. Nesse momento, não basta falar bem do candidato preferido. É preciso desconstruir o sucesso de políticas de esquerda no país. Quando famílias de elite, como a Marinho, possuem meios de comunicação, devemos ficar atentos para as imparcialidades. O desejo de influenciar no debate eleitoral era nítido. Nas sabatinas, William Bonner, afilhado de Roberto Marinho, não passou vontade. O apresentador parecia dar início a um envolvimento da emissora no processo. Na cobertura diária, o canal dava poucos indícios de quem apoiava, mas o histórico nos alertava para a intimidade com o conservadorismo.

 

 Em uma eleição com propostas diversas, com 11 candidatos ao cargo, a Rede Globo impõe uma regra absurda: só terão cobertura diária os candidatos com mais de 5% nas pesquisas. Nesse momento, em que a segregação vem em forma de regra, um importante aspecto do processo eleitoral se perde. Passa a ter maiores possibilidades de vitória quem tem mais dinheiro para campanha. Os outros? Ah, eles são os outros, os nanicos, os candidatos irrelevantes... Mas espera aí: os candidatos não aparecem na mídia porque tem poucos votos ou tem poucos votos porque não tem espaço na mídia?

 

No último debate, três dias antes da votação, a emissora lamentou ter realizado o evento ao vivo. Sem opção de cortes, teve que ouvir de Luciana Genro, candidata do PSOL, que falhou na cobertura de outros candidatos por causa de interesses. Com o passar dos anos, a população se conscientizou mais, principalmente com certos escândalos da emissora vindo à tona. Depois do caso de 1989, a confiança entre a empresa e os telespectadores foi quebrada. Quem irá acreditar novamente em boas intenções dos Marinho?

 

Com um segundo turno entre candidatos de ideologias opostas, os rumores sobre a preferência da Globo já começaram. Passar maquiagem no candidato preferido não cola mais. Se quiser nos enganar novamente, moça, vai precisar de mais do que isso!

 

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