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O que é contracultura?

 

Nathalia Lima

 

Contracultura é - nada mais, nada menos que – um grande movimento contra tudo o que vemos de cultural e massificado por aí. É manifestação pura, dividida por tribos (grupos, clubes) que disseminam ideologias inovadoras, sejam elas relacionadas à música, às vestimentas ou ao comportamento em sociedade.

 

Este movimento começou a dar seus primeiros passos na década de 1950. É representado por vários grupos que manifestam opinião contra o regimento e discordam das ideias de massificação e capitalismo. Na época em que a contracultura nasceu o peso de seus ideais tinha muito mais força e muito mais voz do que atualmente.

 

Hoje, por causa de muitos incidentes, ela perdeu grande parte do seu real sentido de existência. O primeiro ponto que se pode usar como argumento para isto são as guerras que aconteciam em diversos lugares do mundo na época. Segunda Guerra Mundial, Guerra Fria, Guerra da Coréia, entre outras uniam pensamentos de militância contra injustiças e davam força ao movimento. É bem mais fácil concordar com ideias revolucionárias quando algo afetou a sociedade onde se está inserido. A aplicabilidade tem um papel tremendo neste caso.

 

Outro motivo que culminou no enfraquecimento da contracultura foi a massificação das ideologias de manifestação por meio da mídia. Hoje, falar de hipster, indie e punk não faz lembra protestos, mas estilos de roupa, música e afins. Pura e completamente cultural, não contra. Este problema exclui da mente da população a contracultura e suas ramificações como algo que pode mudar e salvar o mundo. Midiaticamente, a contracultura se torna cultura, algo normal, usual. Estamos enraizados no mainstream. Ser hippie – ou o que a sociedade entende por hippie -, por exemplo, não é mais diferente. Os ideais da contracultura foram disseminados de maneira errônea no coração da população e, por isso, não fazem mais o sentido que faziam. Ou seja, o diferente se tornou normal.

 

Problemas que não calam

 

O documentário “Pixo”, dirigido por João Wainer e Roberto T. Oliveira, mostra a realidade de pichadores da cidade de São Paulo. Uma das falas que mais chama atenção é de um dos pichadores. “Nóis rabisca tudo. Aqui é Anarquia mesmo”, declara. Neste momento, uma questão vem à tona: qual é o real sentido desta manifestação? Pichar por pichar?

 

A contracultura produziu uma geração de gente crítica. O problema é que a massa atual de pessoas que tem um pseudocontato com a contracultura apenas critica, não mais age ideologicamente.

 

Esqueceram que falar mal do governo não melhora o país. Fazer projetos sociais, sim. Mudar mentes é processo longo, demorado, trabalhoso. Sem explicação, manifestações não servem de nada. Só causam mais estranheza em quem olha de longe. As pessoas têm que entender, não apenas ter contato com os protestos.

 

A contracultura prega a liberdade de pensamento. Estilo anarquia. O problema é que liberdade demais priva. Ao mesmo tempo, você fica preso a esta ideologia “liberalista”. Ao mesmo tempo que “pode tudo”, não se pode fazer o que faz parte de outras ideologias. Não se tem o controle sobre o que fazer. Acaba que a liberdade tira a liberdade. E a contracultura mal explicada pode trazer essa falsa ideia de liberdade.

 

Algumas tribos são favoráveis à violência. Os punks, por exemplo, “partem pra cima”. Para trazer de volta ao público os ideais defendidos por adeptos à contracultura seria necessária uma “desmassificação”. E este é o papel da mídia. Esta dona moça que mostra o que convém e esconde o que não rende. Explicar pontos obscuros, equilibrar liberdades falsas e mostrar as coisas como realmente são traria ao público mais conteúdo e contato com assuntos profundos e interessantes. Não basta falar, é necessário explicar. 

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