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Se liga

 

Luiz Gustavo dos Santos

 

“A Liga”, programa apresentado na Band, mostra o outro lado. De forma diferente. Artes contraculturais são pautas pertencentes ao estilo do programa. Outras emissoras de tevê como a Globo e o Sbt mostraram como rappers atingiram o reconhecimento, mas não como o programa da Band.

 

A arte de fazer rimas, chamada rap, é um dos principais pilares do hip-hop, este que acabou sendo aceito pela massa e passou a ser mais um ritmo de sucesso. O que isso tem de mais? A arte perdeu o sentido, apenas. Ao escutar as rimas marcantes com batidas ritmadas, o indivíduo deveria refletir e entender a mensagem que esta traz. O problema é que isto não acontece mais com frequência. Não que os representantes do rap não defendam os ideais cantados, mas por seu público, muitas vezes, não agir de acordo e/ou entender o que o rap significa. Por problemáticas como esta, o programa “A Liga” foi atrás das origens desta arte para saber mais sobre este universo.

 

O modo como o programa mostra a realidade das pessoas que sobrevivem do rap, ou que gostariam de sobreviver, é diferente, é contato direto, é “mano a mano”. O programa mostrou de forma clara como jovens e adultos da comunidade praticam o rap. Batalhas de rimas na porta dos metrôs é um exemplo desta realidade. “Palcos” de onde surgiram grandes nomes do rap brasileiro foram visitados pelos apresentadores do programa.

 

O diferencial é a informalidade, que também cumpre a missão de informar e de, na maioria dos casos, mostrar ao público uma cultura que se opõem ao sistema. Sem microfone em mãos, iguais aos garotos, os integrantes da “Liga” fizeram o possível para transmitir aquela realidade. O programa liga você a outras realidades por meio de conversas (vulgo, entrevistas) com pessoas comuns ou ícones que já usaram (e ainda usam) a realidade das favelas e periferias como obra prima para produzir seus sons.

 

Os programas “Profissão Repórter” da rede Globo e “Conexão Repórter” do Sbt costumam abordar temas interessantes, como: abuso de menores, o universo do funk, prostituição, aborto, drogas, entre outros. O formato utilizado por eles também cumpre a missão de informar e mostrar pontos de vista diferentes de realidades cruéis vividas por seus entrevistados.

 

As abordagens com o microfone em mãos não intimidam. O traje social apenas difere por fora. O discurso adaptado traz uma sensação de confiança aos entrevistados. Por esse motivo, as fontes revelam bastante de suas histórias. Sendo assim, eles produzem o padrão investigativo, no formato de documentário.

 

Muito mais do que informar, “A Liga” humaniza, e faz com que deixemos de lado o preconceito. Usa da aplicabilidade para que nos sintamos “na pele” de quem realmente passa por problemas e vive desta arte.

 

É impressionante como um ritmo comum das margens brasileiras conseguiu “atingir”, mesmo que superficialmente, outras classes. Agora basta sabermos se isso é bom ou ruim. As realidades? Continuam as mesmas. Então, volte ao título: Se liga!

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