A relação da Veja com o terrorismo
Letícia Trindade
De acordo com o dicionário Aurélio, terrorismo é um conjunto de atos de violência cometidos por agrupamentos revolucionários ou um sistema de governo por meio de terror ou de medidas violentas. Desde 2001, quando teve o mais conhecido ataque terrorista, que aconteceu na cidade de Nova Iorque contra as torres gêmeas, no dia 11 de setembro, a opinião mundial sobre o assunto mudou, bem como a forma com que a mídia o aborda.
Entre 1o e 20 de abril deste ano, a revista Veja foi analisada. Foram cerca de 50 reportagens postadas nesse intervalo de tempo com o assunto terrorismo. A Veja, conforme minha análise, passou a informação de forma ética e detalhada de acordo com o assunto abordado.
Um dos assuntos mais pautados nesse tempo foi o terrorismo jihadista, uma forma de terrorismo religioso cometido por extremistas islâmicos, cujo propósito é político ou religioso. Seus primeiros ataques foram em 1970 e vem aumentando gradativamente com o tempo. Só esse ano já foram mais de 5 mil voluntários europeus que viajaram para a Síria e o Iraque, em prol de ajudarem os jihadistas do Estado Islâmico e outros grupos. Apresentando todas as vertentes e sem ser tendenciosa a Veja passou essa informação no dia 13 e ainda apresentou outras reportagens sobre o assunto, como por exemplo, a reportagem do dia 19 cujo título é Estado Islâmico executa 30 cristãos etíopes em novo vídeo. No último parágrafo, a semanária apresentou uma contextualização política local e ainda deu informações sobre a população. Além de apresentar a informação, ampliou o entendimento do leitor sobre o assunto.
No dia 17, a Veja postou uma matéria no site, com o seguinte título Em livro póstumo, editor do ‘Charlie Hebdo’ diz que mídia usa o medo do terrorismo islâmico para vender notícias. Após a declaração de Stephane Charbonnier, morto em janeiro por dois terroristas em um ataque à revista francesa, foram publicadas inúmeras matérias sobre o terrorismo islâmico. Veja poderia facilmente ser julgada negativamente, como sendo uma das mídias que produz conteúdo apenas para garantir a sua popularidade. Contudo não temeu a possibilidade. A publicação teve a liberdade de usar a crítica na matéria e introduziu o texto dizendo que Charbonnier condenou jornalistas e políticos por usarem o medo Islã a seu favor.
Outro assunto muito falado foi a relação dos Estados Unidos e de Cuba, acusada de estar entre os países que patrocinam o terrorismo. O Presidente Barack Obama e o ditador Raúl Castro tiveram alguns encontros informais nos últimos dias, que pode culminar na retirada de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo. A contextualização histórica e os antecedentes de ambos os países com relação ao terrorismo foram feitos para que o leitor pudesse avaliar as negociações e assim chegar a sua própria opinião.
Através desta análise foi possível concluir que quando o assunto diz respeito ao terrorismo, a Veja desempenha um papel de excelência. Transmite a informação de forma integral e clara, permitindo ao leitor acesso ao assunto de maneira apartidária.